
Desde a era quando Rondon estabeleceu o telégrafo na área onde hoje é Rondônia e criou o Serviço de Proteção aos Índios (SPI, mais tarde renomeado FUNAI) que se discute a política adequada de tratamento de povos indígenas. Este tema passa por considerações econômicas, sociais, de saúde e mesmo filosóficas. Já se migrou da original catequização religiosa para a postura atual de não contatar tribos isoladas. Uma postura de não contato, entretanto, não equivale a deixar de lado estas tribos; pelo contrário, deve envolver esforços para evitar contatos quaisquer.
Um item importante é saber exatamente onde se localizam estas tribos; um problema aparentemente insolúvel do século XX encontra na tecnologia do século XXI sua solução. O Brasil decidiu utilizar, em aviões que sobrevoam a Amazônia, sensores de calor para identificar a presença de tribos no chão. Evita-se assim a presença física no chão, que elimina riscos tanto aos exploradores quanto aos próprios indígenas e verifica-se a localização com precisão sem sustos.
O século XX viu a Amazônia sofrer sob um modelo de desenvolvimento altamente invasivo e sem congruência com a floresta. O século XXI entra com grandes promessas e oportunidades. O sensoriamento por calor nos permite hoje saber onde estão, em tempo real, todos os focos de calor na região. O celular permite que muitos amazônidas tenham acesso a comunicação sem a necessidade de “passar cabo” por todos os lados. IPTV permite que aulas de Manaus sejam transmitidas a mais de 500 pontos de educação na zona rural dos municípios mais longínquos do Amazonas. A telemedicina surge como alternativa à presença de especialistas a custos altíssimos em todos os municípios. O acesso à internet permite comparação de preços, leitura de notícias e obtenção de informações nunca dantes imaginadas.
É absolutamente necessário que se pense em novas soluções, principalmente de prestação de serviços, no interior da Amazônia. Só assim poderemos levar a melhoria da qualidade de vida a tal ponto que universitários e os indivíduos de maior talento e motivação de nossa sociedade possam se localizar no interior, fornecendo assim a matéria prima do desenvolvimento sustentável.
Seguem notícias a respeito do sensoriamento por calor:
O Globo – Economist elogia política do Brasil para os índios ticuna
Revista Época – Sensores para encontrar índios
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